A cadência no ciclismo é um tema fascinante e amplamente discutido, mas quando se busca um veredito sobre o que é melhor — mais giro ou mais carga — a resposta depende de diversos fatores, como os objetivos do treino, a frequência das pedaladas e as condições específicas do percurso. É importante entender que não existe uma solução única que funcione para todos os ciclistas e todas as situações.
Pedalar em alta cadência, ou seja, "mais giro", tem suas vantagens. Essa abordagem reduz a tensão muscular, transferindo o esforço para o sistema cardiovascular, o que pode ser especialmente útil em longas distâncias. Além disso, a alta cadência melhora a coordenação e a eficiência neuromuscular, ajudando o ciclista a manter um movimento fluido. Vale destacar que estudos apontam que, em condições moderadas a intensas, o corpo tende a ajustar a cadência de forma automática para otimizar o consumo de oxigênio e minimizar o esforço. Essa adaptação ocorre graças ao feedback sensorial e às respostas neuromusculares, o que explica por que muitos ciclistas intuitivamente encontram sua cadência ideal durante o esforço. Apesar disso, a alta cadência exige maior capacidade cardiovascular, o que pode não ser ideal para todos, e pode ser menos eficiente para gerar altas potências em subidas íngremes ou sprints.
Já a baixa cadência, conhecida como "mais carga", favorece o aumento da força muscular e pode ser uma ótima escolha para trechos íngremes ou situações que demandam potência imediata, como sprints. No entanto, essa estratégia gera maior desgaste muscular e articular, o que pode levar à fadiga mais rapidamente, especialmente em longas distâncias ou esforços repetidos.
A frequência das pedaladas também desempenha um papel importante na escolha da cadência. Se você vai pedalar apenas um dia e descansar, pode se dar ao luxo de intensificar o esforço. A alta cadência pode ser uma boa escolha para desenvolver eficiência cardiovascular e técnica, enquanto a baixa cadência é indicada para treinos que visam aumentar a força específica ou superar percursos desafiadores. No entanto, quando o objetivo é pedalar por vários dias seguidos, a abordagem muda. A alta cadência se torna mais sustentável, pois reduz o desgaste muscular e facilita a recuperação, enquanto a baixa cadência pode causar maior acúmulo de fadiga, dificultando a consistência nos treinos consecutivos.
A diferença entre pedalar um único dia e treinar de forma contínua é clara. Em esforços isolados, é possível se esforçar mais e focar em estímulos específicos, como força e potência. Já para treinos consecutivos, é essencial priorizar a sustentabilidade, optando por cadências mais altas e intensidades controladas para evitar sobrecarga muscular e fadiga acumulada.
A escolha entre giro e carga depende de diversos fatores, mas alternar entre ambas as abordagens durante os treinos é uma estratégia inteligente para trabalhar diferentes sistemas energéticos e musculares. Assim, você garante um desenvolvimento completo e otimiza sua performance no ciclismo, seja qual for seu objetivo.
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